quinta-feira, 29 de maio de 2014

Similaridades de um espelho

É sempre curioso encontrar alguém que seja o teu espelho emocional
É sempre engraçado encontrar alguém que tenha um escape igual

É sempre giro ver que alguém também foge para se abstrair
É sempre reconfortante ver que alguém desliga para reflectir

É sempre útil veres-te reflectido no espelho que é alguém
É sempre estranho descobrires que és tão parecido com alguém

E as similaridades de um espelho assustam qualquer um
Pois provamos do que achávamos ser apenas nosso
Mas assim é bem mais fácil de entender e compreender
O que os outros vêem em nós e nós nos recusamos a ver

É sempre fácil olhar pra ti
Mesmo que o Mundo vire e não estejas mais aqui

É sempre bom saber que um dia estive aí
Mesmo que agora apenas recorde tudo o que vi

E é sempre bom ter alguém para amar
É sempre útil ter em quem pensar

E as similaridades de um espelho cativam qualquer um
Narcisismo puro de qualquer número um
E resta-nos apenas aprender a viver
Com o espelho que sempre estará lá para nos fazer ver

Até já

Acordo com um vazio dentro de mim...
Ouço a chuva cair lá fora e percebo que me castiga por me privar de escrever.
Olho-me no espelho, lavo a cara e penso como tudo é efémero e veloz...mesmo tudo o que nasceu para demorar mais um bocado. (ou então sou eu a querer que dure mais um bocado)

É aqui que os cigarros caem sempre bem, ainda que em jejum, acompanhados pelo café puro, negro... Quente, mas amargo!
É sempre necessário um pouco de amargura na rotina, não se vá criar o hábito de que todos os dias te presenteiam com o Sol e que todas as noites são acompanhadas de vinho.

Ainda estou anestesiado pela intensidade a que fui sujeito
Confesso que ainda não estou a ressacar por mais um copo
Mas sinto que esse dia anda por perto, a rondar-me
quase como com urgência para me abraçar.

E quando esse dia chegar,
espero ter forças para voltar a escrever, novamente.

Chamem-me exagerado mas é assim que eu sinto...

Tudo por ti.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Esclarecimentos sem poesia

Um tinto bebe-se com vontade mas sem pressão.
Gole após gole surge uma nova sede e assim se vai sorvendo, degustando o que um tinto tem de bom para nos dar.

Eu não estou aqui para cobrar. Nunca estive. Nunca gostei que me cobrassem o que quer que fosse.
Apenas estou aqui para viver, beber desse tinto, degustar, tal como foi dito a priori.
Estar contigo é delicioso, tal como beber esse vinho e, com certeza, não pretendo força-lo a ser bebido nem achar que uma garrafa deveria ter mais do que 75cl...


E vinhos à parte, estou aqui porque estar contigo me faz bem e porque acredito que te faça bem a ti também.
E se algum dia eu referi com mais convicção a minha vontade de estar na tua presença, foi só e apenas porque eu realmente gosto de estar contigo.

Mais importante ainda, eu escrevo, eu digo, eu amo, sem esperar nada em troca e não vivo para atrapalhar a vida de ninguém.
Apenas procuro sinceridade.
E sinceramente, só espero isso de ti. Que estejas comigo por quereres estar comigo, quando quiseres estar comigo.
Eu estou bem assim. Sem stress, sem cobranças. Apenas pela cumplicidade e pela sensação tão boa que é saber que existes.

És o meu escape ao stress e não apenas um stress diferente. E, por mim, sempre será assim.
Não pretendo tornar algo que me faz bem em algo que não suporte ver à frente e vice-versa, portanto, relaxa e aproveita.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

boa noite

Apenas vim pra desejar boa noite
E deixar-te um beijo antes que o sono me leve.

Hoje foi um dia complicado.
Hoje percebi que somos mesmo tão parecidos que até assusta.
Hoje percebi que te quero conhecer mais ainda, saber tudo, absorver tudo.

Estou rendido...

domingo, 25 de maio de 2014

amor-paixão

Todo um sentimento complexo que se exprime de forma tão simples.
Estar contigo é ser melhor.

A cada encontro nosso, o meu peito ganha mais um pouco das tuas formas. Molda-se. E o que um dia pareceu insensato, agora torna-se possível de se construir.
A cada palavra que eu deposito, o meu amor cresce e, consequentemente, a inspiração também.
Escrevo por ti e, se eu já gostava de escrever, agora torna-se uma necessidade. Comunicar-te o que eu sinto e tudo o que me vai na alma através desta forma indirecta, porém, directamente.

Tal como te disse, gosto de sentir saudades tuas... Nunca gostei de saudades... Para mim, as saudades eram um terror, uma tortura, mas agora, vejo-as como algo que me torna melhor, mais carinhoso..
Aprecio bastante o facto de continuar a sentir o tal nervoso miudinho de cada vez que me encontro contigo, de ficar entalado até começarmos a primeira conversa presencial.

E não é que não queira ceder a caprichos do momento, porque, tal como te disse, bastaria dizeres-me "vem ter comigo, esquece todos os entraves e condicionantes e vem!" e eu nem pensaria duas vezes.

Gosto de ti!

És pessoa para me abalar o Mundo e, sinceramente, tens toda a permissão e caminho aberto para o fazer.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

8 (o primeiro em papel) o início trágico do fim de um Mundo

É certo que toda a futilidade e más experiências vividas por ti limitam a tua capacidade de abertura e tornam a tua crença em algo quase impossível porém, eu continuarei a escrever.
E se eu escrevo, se eu mantenho força para escrever é porque tu, de qualquer forma, me incentivas a fazê-lo, ainda que muitas das vezes, inconscientemente.
Encontrar 1001 formas diferentes de te descrever, de falar sobre ti e sobre o que sinto é, de longe, um desafio...torna-se fácil, na medida em que a complexidade de tudo isto, me dá prazer.
Escrever sobre ti/para ti é alimentar a minha alma e encontrar vida nesta vida tão puta!
Saber que me lês, saber que gostas de o fazer, ainda mais, saber que o queres fazer é, posso arriscar, quase semelhante ao que sinto quando te beijo.
Escrever é quase tão intenso quanto sentir os teus lábios rasgarem os meus devido ao sôfrego beijo que explode entre nós.
Somos almas sofridas, é verdade, mas felizmente, a vida ainda reside em nós e, ao contrário do Pessoa, não vemos a vida a passar, logo o tédio jamais fará parte do nosso íntimo.
Quer queiras quer não estas palavras que aqui surgem são verdade pura e crua, sem qualquer tratamento, sem qualquer revisão ou censura e, independentemente do rumo que as coisas tomem, devido à força da escrita, estas mesmas palavras, jamais serão apagadas pois, podem-se apagar textos inteiros, rasurar palavras, queimar toda uma biblioteca mas a história sempre ficará marcada para quem a viveu...para quem a leu...tanto na mente, como no íntimo de um ser...
Por isso escrevo e continuarei a escrever até que a puta das forças se vá, até que me queimem o meu interior, até que só restem as putas das cinzas e nem o meu peito tenha vida nem a minha líbido se faça sentir.
E o que escrevo será, sempre, para sempre, eterno. Jamais (jamais, adoro esta palavra) será esquecido que eu, Fábio Ferreira, estive, um dia, apaixonado e que isso, esse sentimento tão imaturo, tão irresponsável mas tão representante do que é o auge de uma vida, foi o melhor que eu poderia ter vivido.

Si me das a elegir
Entre tu y mis ideas
Que yo sin ellas
Soy un hombre perdido

Si me das a elegir
Entre tu y la gloria
Pa que hable la historia de mi
Por los siglos

Si me das a elegir
Entre tu y ese cielo
Donde libre es el vuelo
Para llegar a otros nidos

Si me das a elegir
Me quedo contigo





Porque hoje é dia de Manu Chao.

é dia de sentir através de Manu Chao.
Porque o raio da música descreve
a forma como eu penso, como eu sinto,
como eu vivo a puta desta vida!

Eu voo, desde que me deixem sentir.
Eu rio, desde que me deixem sorrir.
Eu sou, desde que me deixem amar.
Eu amo, desde que me deixem ser tudo o que eu sou.

Me quedo contigo

terça-feira, 20 de maio de 2014

Sete (tudo por ti)

Tudo por ti.
Para ti, para mim...

Massive Attack é o que se ouve enquanto as palavras me fluem pelos dedos...
Imagino-te bem perto, dois copos meio-cheios, goles contidos não vá o álcool subir demasiado rápido à cabeça e, ai de nós perdermos a razão.

O vinho faz-nos falta, sempre fez...mas acabamos por não beber tantas vezes nem bebemos por completo...

E eu quero esse vinho...quero os meus lábios a saber a vinho!
Quero olhar-me no espelho e sentir o quão tingido estou por esse vinho, "ora amargo, ora doce" e lembrar-me que o amor não é uma doença!

nem tanto uma crença mas sim algo em que eu simplesmente te olho nos olhos, sem receios e digo:

tudo por ti!

porque eu não nasci pra ter receios e, no fundo, nunca os terei!
porque eu me atiro de cabeça aos lobos e sim, tiro prazer disso!

tudo por ti!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

6º (meia dúzia, se faz favor)

Meia dúzia de textos e outras tantas palavras que me preenchem
e que, aos poucos, nos definem e nos abraçam.

Escrevo para ti, sobre ti, sobre mim...e escrevo sem rumo, apenas pelo prazer de escrever.
Escrevo sem regras, sem métricas, sem merda nenhuma que me castre...

E não me interessa ter público.
E não quero 10 mil likes no Facebook nem 3500 seguidores num blog.

Eu quero é escrever, porque escrever sempre foi mais fácil.
Eu quero é escrever, porque viver nunca foi tão fácil.
Eu vou escrever, porque respirar nunca foi mais fácil.
Eu escrevo, porque nunca será fácil.

Eu escrevo, porque meia dúzia é pouco
e meia dúzia é demais
são meia dúzia de dias, meia dúzia de histórias
e o 6 é um número incompleto...

Por isso eu escrevo, porque um texto nunca vem só
e 6 nunca são demais.
Eu irei sempre escrever, nem que seja só
Nem que nunca saiba por onde vais. 

domingo, 18 de maio de 2014

5º (dás-me ar)

A conversa fica entre um vestido e uns fios de cabelo 
que se pavoneiam ao sabor da brisa 
deixando os teus lábios despidos, rosados
a acenar-me bem lá ao longe...

Será miragem ou mesmo um sonho
Sonho já és tu que chegue 
e como um sonho nunca vem só
tendes a colocar-me os pés no chão.

Dás-me ar, 
com um sorriso e dois passos de dança.
Dás-me ar,
com uma troca de olhares, ainda que ao de leve...

Raramente me olhas nos olhos, é um facto
mas hoje eu senti a presença e a força do teu olhar..

e foi bonito.


quinta-feira, 15 de maio de 2014

QuartoQuatroQuartoQuatro

Quatro textos depois e estou rendido
Deitado no chão,
olhando o tecto onde as tuas feições se fundem
com o azul da tinta que se lhe está imposto.

Tens o Mundo a teus pés!
E quanto mais Sol se vê mais brilham os teus olhos..
Quanto mais vives, mais vida ganhas,
e não pedes licença pra respirar...

E isso, isso deixa-me deslumbrado
Pois tens tudo pra ser um vinho francês
mas pões logo isso de lado

Preferes viver a vida a correr 
do que ser atropelada
E sim posso dizer, 
tu, sim, sabes viver
de madrugada a madrugada.

Acredita, quando falo com todo um tom de admiração
Não é normal ver tanta vida a brotar assim de alguém
Não é normal ver perfeição em tudo o que possas fazer

e foste tu que surgiste para me provar a possibilidade de coexistência
entre beleza, inteligência, ousadia num só ser

Quatro textos depois e estou rendido,
Deitado no chão com a minha cabeça feita num dado
que rola pelo chão, e eu digo:
- És do caralho! 

- não!..

És do caralho elevada ao quadrado!

3 = 1+1

Já passou muito tempo sem eu ter esse vinho no meu corpo...
Parece que os dias que ficam para trás são meses e os que faltam são anos...
Quero saber-te o toque de cor, e saber o sabor que me fica nos lábios.
Já passou tanto tempo e tanto tempo falta pois teima em não correr!

Quero esse tinto, sangue, fervente a contagiar-me as veias.
Quero esse fumo, forte, quente a soprar-me a cara.
Quero esse olhar, intenso, profundo a atravessar-me os olhos.
Quero esse sorriso, puro, perfeito a trespassar-me o peito.

Eu quero...

E se o dia tardar em vir, eu vou voltar a escrever, e sorrir
E se o amanhã não chegar já, eu vou ferver...e sorrir
E já sorrio...e já se faz tarde sendo ainda tão de manhãzinha...
E eu quero tudo...é uma mania minha....

e 1+1 é igual a 3 porque duas garrafas assim o quiseram...
vinho...será sempre o vinho...

quarta-feira, 14 de maio de 2014

2º (o segundo, cegando...)

2 tintos, 10mil palavras e outros tantos cigarros depois vem o balanço.
Um sorriso perfeito que me corre pela cabeça, voz de locutora, sangue em fervura...
Será que eu cheguei a acordar? ou as 12 horas ainda não resolveram o meu estado ébrio...
Provavelmente adormeci num sono profundo, repleto de sonhos e ideias mirabolantes que me fazem querer provar mais um pouco dessa essência.
É como quando alguém prova uma droga altamente viciante e anseia pela próxima dose.

Tal como o mar vai cutucando a terra, roubando alguns dos seus grãos e guardando lá no seu íntimo, eu vou absorvendo, grão a grão, o que tens pra dar.

São dois textos por dia, duas garrafas por noite, dois cigarros por conversa, dois, dois, dois que são um. 
Um tinto a dois.

1º (o primeiro é sempre rafeiro)

por entre encontros e desencontros e mensagens por enviar, duas garrafas de tinto, ora rasca ora rasca e meia, acabaram por se cruzar às portas de um centro comercial duvidoso...
as palavras custaram a sair, mas passo a passo, gole a gole, o discurso fluiu e por entre risadas e lágrimas alcoolizadas, os dois seres lá se confidenciaram.

foi todo um processo construtivo, que de inicio se adivinhava um desastre, mas que por fim culminou num abraço, bonito, ainda que um pouco constrangido, dado o acto inesperado.
tal e qual este texto...

a tua garrafa respira vida, inspira, cativa...a minha inspira vida, respira, sente-se cativada a se encher de novo para beber, mais uma vez...e outra...

o (re)encontro está marcado, rock, vinho e cigarros, dois bon vivants com fome de conversa, carentes de intelecto e com a vida a fluir nas veias! 

que comece a história, que se faça história, e, com certeza, que o vinho nos acompanhe.